“Em nossas Doze Tradições, temos nos colocado contra quase todas as tendências do mundo “lá fora”. Temos negado a nós mesmos o governo pessoal, o profissionalismo e o direito de dizer quais deverão ser nossos membros. Abandonamos a beatice, a reforma e o paternalismo. Recusamos o generoso dinheiro de fora e decidimos viver à nossa custa. Queremos cooperar com praticamente todos, mas não permitimos que nossa sociedade seja unida a nenhuma. Não entramos em controvérsia pública e não discutimos, entre nós, coisas que dividem a sociedade: religião, política e reforma. Temos um único propósito, que é o de levar a mensagem de A.A. para o doente alcoólico que a deseja. Tomamos essas atitudes, não porque pretendemos virtudes especiais ou sabedoria; fazemos essas coisas porque a dura experiência nos tem ensinado que A.A. tem que sobreviver num mundo conturbado como é o de hoje. Nós também abandonamos nossos direitos e nos sacrificamos, porque precisamos e, melhor ainda, por que quisemos. A.A. é uma força maior do que qualquer um de nós; ele precisa continuar existindo ou milhares de alcoólicos como nós certamente morrerão”.
Bill W.
Para aqueles que agora se encontram em seu meio, Alcoólicos Anônimos representou a diferença entra a desgraça e a sobriedade; em muitos casos, a diferença entre a vida e a morte. Naturalmente, o A. A. pode ter essa mesma significação para incontáveis alcoólicos que ainda não nos conhecem.
Pode se dizer, por isso, que nenhuma associação de homens e mulheres teve, em tempo algum, uma necessidade mais premente de contínua eficiência e permanente união. Nós, alcoólicos, percebemos que precisamos trabalhar conjuntamente e permanecer unidos, do contrário a maioria de nós acabará por morrer, cada um sozinho em seu canto.
As “Doze Tradições” de Alcoólicos Anônimos são, acreditamos, as melhores respostas que nossa experiência já deu às perguntas cada vez mais urgentes: “Como pode atuar melhor o A. A.?” e “Qual a melhor maneira de o A. A. permanecer unido e sobreviver?”
Sem unidade A.A. morrerá. Liberdade Individual e, não obstante, uma grande unidade. A chave do paradoxo: a vida de cada A.A. depende da obediência a princípios espirituais. O grupo precisa sobreviver; caso contrário, não sobreviverá o indivíduo. O bem-estar comum vem em primeiro lugar. A melhor forma de viver e trabalhar juntos como grupos.
De onde recebe A.A. a sua direção? A única autoridade em A.A. é um Deus amantíssimo que Se manifesta através da consciência do grupo. A formação de um grupo. As dores resultantes do crescimento. Os comitês rotativos são constituídos de servidores de grupos. Os líderes não governam; eles servem apenas. Será que A.A. tem uma verdadeira liderança? Os “velhos mentores” e os “velhos resmungões”. Manifesta-se a consciência do grupo.
A intolerância inicial estava baseada no medo. Privar qualquer alcoólico da oportunidade de experimentar A.A. significa, às vezes, pronunciar a sua sentença de morte. Regulamentos de ingresso abandonados. Dois exemplos de experiência. Qualquer alcoólico torna-se membro de A.A. quando ele assim se declara.
Cada grupo cuida de suas próprias atividades à sua maneira, salvo quando A.A. em seu conjunto esteja ameaçado. É perigosa tamanha liberdade? O grupo, tanto quanto o indivíduo, é finalmente obrigado a aderir a princípios que garantam a sobrevivência. Dois avisos de tempestade – um grupo não deve fazer nada que possa ferir A.A. em seu conjunto, nem se filiar a entidades alheias. Um exemplo, o “Centro de A.A.” que fracassou.
É melhor fazer uma coisa bem feita do que muitas mal feitas. A vida da nossa Irmandade depende deste princípio. A capacidade de cada A.A. de se identificar com o recém-chegado e de proporcionar-lhe a recuperação é uma dádiva de Deus… passar essa dádiva a outros é a nossa única finalidade. Não se consegue manter a sobriedade sem passá-la adiante.
A experiência provou que não podíamos sancionar qualquer empreendimento, por melhor que fosse. Não podíamos representar todas as coisas para todos os homens. Percebemos que não podíamos emprestar o nome de A.A. a nenhuma atividade alheia.
Nenhuma outra tradição de A.A. nasceu tão dolorosamente como esta. No início, a pobreza coletiva foi uma necessidade. O medo de sermos explorados. A necessidade de separar o espiritual do material. A decisão de sustentar-nos com as contribuições voluntárias de A.A. apenas. Atribuição da responsabilidade de sustentar a sede de A.A. diretamente aos membros de A.A. A política da sede é a de ter apenas o dinheiro necessário para garantir o funcionamento e uma reserva prudente.
Não se pode misturar dinheiro com o Décimo Segundo Passo. Uma linha de separação entre o trabalho voluntário de Décimo Segundo Passo e os serviços pagos. A.A. não poderia funcionar sem empregados em tempo integral. Trabalhadores profissionais não são AAs profissionais. Relações de A.A. com a indústria, educação, etc. O trabalho do Décimo Segundo Passo nunca é pago, mas aqueles que trabalham para nós merecem o que ganham.
Juntas e comitês de serviços. A Conferência de Serviços Gerais, a Junta de Serviços Gerais e os comitês de grupo não podem baixar diretrizes aos membros ou grupos de A.A. Aos AAs nada se impõe – individual ou coletivamente. A ausência de imposição funciona porque, a não ser que cada AA siga os passos para a recuperação, ele assinará sua própria sentença de morte. A mesma condição se aplica aos grupos. O sofrimento e o amor são os disciplinadores em A.A. A diferença entre o espírito de autoridade e o espírito de serviço. O objetivo de nossos serviços é colocar a sobriedade ao alcance de todos que a desejarem.
A.A. não toma partido em nenhuma controvérsia pública. A relutância em polemizar não é uma virtude especial. A sobrevivência e a difusão de A.A. são os nossos objetivos principais. As lições aprendidas com o movimento Washingtoniano.
As relações com o público são importantes para A.A. As boas relações com o público salvam vidas. Procuramos publicidade para os princípios de A.A., não para os membros de A.A. A imprensa tem cooperado. O anonimato pessoal no nível público é a pedra angular de nossa política de relações públicas. A Décima Primeira Tradição é uma advertência constante de que a ambição pessoal não tem lugar em A.A. cada membro torna-se um guardião ativo de nossa Irmandade.
A substância espiritual do anonimato é o sacrifício. A subordinação dos anseios pessoais ao bem comum é a essência de todas as Doze Tradições. Porque A.A. não podia permanecer como uma sociedade secreta. Os princípios estão acima das personalidades. Cem por cento de anonimato no nível público. O anonimato é a humildade verdadeira.
Trechos extraídos do Livro os Doze Passos e as Doze Tradições – Gravuras do Livro As Doze Tradições Ilustradas